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ATALAIA, Vila Nova da Barquinha, Portugal
Vivendo nesta terra há 30 anos vou perguntar à história e à tradição qual a origem desta localidade. Desejo saber quem neste atractivo sítio erigiu a primeira construção, quais as obras que foram nascendo, a sua idade e as mãos que as edificaram, quais os seus homens ilustres e os seus descendentes, quem construiu as estradas, os caminhos, as pontes e as fontes. Quão agradável será descobrir em cada pedra os nossos antepassados levantando com palavras o sonho do nosso futuro. Atalaia, 18-11-2007.

16.1.09

A população do nosso concelho, in censos de 1822, 1883, 1940 e 2001


Há 125 anos, corria o ano de 1883, a Barquinha detinha 962 habitantes (almas) era cabeça de concelho (concelho que viria a ser extinto em 21-11-1895 e renascido por Decreto de 13-1-1898), pertencia à Comarca da Golegã, tinha estação de caminhos-de-ferro (linha de leste), direcção de correio e estação de telégrafo.
Naquele tempo a freguesia da Atalaia tinha 1319 habitantes. Recorda-se que em 6 de Novembro de 1836, por decreto assinado por Dona Maria II, dá-se a reorganização distrital sendo criado o Concelho da Barquinha e extintos os concelhos de Atalaia, Paio de Pele e Tancos, os quais passaram a freguesias do novo Concelho.
A Praia do Ribatejo (Paio de Pelle) possuía 1148 habitantes, em Tancos residiam 246 habitantes, era campo de exercícios militares e possuía estação de telégrafo.
Há 68 anos, por censos de 1940, Barquinha possuía 1173 habitantes, a Atalaia 1068 habitantes, a Praia do Ribatejo 2697 habitantes e Tancos 280 habitantes.
Há 7 anos, por censos de 2001, a Barquinha detinha 1426 habitantes, a Atalaia 1735, a Praia 2087 e Tancos 295.
Pelo gráfico acima podemos verificar que a população da Barquinha tem vindo progressivamente a crescer, a da Atalaia teve uma quebra em 1940 mas a partir dessa data aumentou, a da Praia desde 1940 tem vindo a diminuir e, por último, a população de Tancos, durante 125 anos, mantêm-se estável.
Neste pesquisa encontra-se omitidos os dados referentes à população da Moita do Norte, freguesia criada por Lei n.º 30/88, de 1 de Fevereiro já que em 1883 e 1940 pertencia à freguesia da Atalaia. Por censos de 2001 apresentava, esta freguesia, uma população de 2.080 habitantes.
No mapa supra (lado direito - carregar para ampliar) pode ver-se a distribuição das profissões por localidades, conforme consta dos Censos de 1822, in Memórias da Academia Real das Ciências de Lisboa. Da amostra é deveras interessante fazer uma pequena análise. O elevado número de "gente do mar" na freguesia da Atalaia (246), o grande número de oleiros (16) o que demonstra que esta terra sempre foi dedicada a esta arte, os carpinteiros (16) a que não será alheia a construção de embarcações para levar a lenha da Barquinha para Lisboa, e os moleiros (6) que, certamente, laboravam junto da ribeira da Atalaia, onde ainda hoje se podem ver vários moinhos em ruínas. Por último um dado curioso, e que se repete hoje em dia, o número de viúvas em 1822 era de 111 e os viúvos era de 34, ou seja há uma proporção de 3/1. Face a estes dados estatísticos podemos afirmar que as mulheres têm uma longevidade bem acentuada ... Perante estes factos, e consabendo que os homens ainda vão obtendo certas vantagens, será justo falar de um "sexo fraco"?
Fontes: Diccionario da chorographia de Portugal contendo a indicação de todas as cidades, villas e freguezias... / coord. por J. Leite de Vasconcellos. - Porto : Livraria Portuense de Clavel, 1884.
Picciochi, Margarida Gomes Coelho, Ata-laâ, Atalaya, Atalaia, Ed. Notícias do Entroncamento, 1987.
Instituto Nacional de Estatística

2 comentários:

Anónimo disse...

Obrigado Sr. Dr…. Perdi um bom bocado a ler quase tudo, porque a minha alma também está na Barquinha.
Fui colocado na BA3 em Tancos, suponho que em principio de 1952 +-.. lá me fui afeiçoando à dita terra. Ainda há +- 10 anos aí estive com a família na Autocaravana, para as miúdas verem o Castelo de Almourol e dormimos na Barquinha para matar saudades… é incrível mas ainda sinto o cheiro dessa terra, gravado da primeira vez que aí estive.
Os meus parabéns pelo excelente trabalho que tem vindo a realizar , Pardal

Anónimo disse...

Oxalá que «à medida que as gerações mais velhas vão partindo...»
não se perca o gosto pela História das nossas terras.
O seu blogue um bom exemplo de empenho!
Um Abraço,
FN.