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ATALAIA, Vila Nova da Barquinha, Portugal
Vivendo nesta terra há 30 anos vou perguntar à história e à tradição qual a origem desta localidade. Desejo saber quem neste atractivo sítio erigiu a primeira construção, quais as obras que foram nascendo, a sua idade e as mãos que as edificaram, quais os seus homens ilustres e os seus descendentes, quem construiu as estradas, os caminhos, as pontes e as fontes. Quão agradável será descobrir em cada pedra os nossos antepassados levantando com palavras o sonho do nosso futuro. Atalaia, 18-11-2007.

14.6.09

O CASTELO DA ATALAIA - castro lusitano - torre de menagem (artigo publicado em 1946)


Recomeço pois este novel artigo com outro alento. No último sobre o Castelo da Atalaia (?) disse: “É muito bom saber que há quem, doutamente, como Ludovico Menezes, coloque esta hipótese histórica. O facto é que este assunto está no limbo, como muitos outros da nossa terra…”
Não há dúvida que a vida nos oferece deliciosas surpresas.
Mão amiga fez-me chegar fonte histórica sobre este assunto.
O limbo, estado de indecisão ou incerteza que existia na minha alma, sobre este facto de monumental importância histórica para a Vila da Atalaia deu um passo atrás e a minha convicção sobre a existência real do Castelo da Atalaia deu um passo adiante.
O bom senso leva-me a acreditar nas fontes e a conservar a esperança que, no futuro próximo, se façam investigações arqueológicas no local que determinem a fidelidade das palavras deste autor, essencialmente, nos “vestígios ainda existentes” à data da publicação do artigo. O povo da Atalaia merece-o, os vindouros agradecem.
Como diria Albert Einstein “o importante é não deixar de fazer perguntas”. Digo eu, os Atalaienses gostariam de ter respostas sobre assunto tão relevante e dignificante.
Tal, passo a transcrever, na íntegra, o artigo do General João de Almeida, publicado em 1946:
“No cimo do monte denominado Atalaia, que se levanta a nordeste da antiga Vila da Atalaia, situada a 3 km noroeste da margem direita do Tejo, na vila da Barquinha, existem ainda os vestígios de uma antiga fortaleza.
Dada a sua natureza e situação e o valor militar da posição, e tendo-se em atenção os enormes vestígios ainda existentes, em especial da dominação romana, em toda esta região, é de presumir que na origem tivesse consistido num castro lusitano, do começo da época dos metais. Os Romanos teriam tomada a fortaleza lusitana no ano 100 a.c., restaurando-a e remodelando-a segundo a sua técnica castrense e fazendo dela uma forte base militar da sua ocupação e importante centro administrativo.
Ignora-se a sua história, sendo que de crer que tivesse sido ocupada por Alanos, Visigodos e Muçulmanos, e sabendo-se ao certo que em 1129 estava já em poder dos Portugueses. Tornando anos depois a cair em poder dos Mouros, foi reconquistado em 1147, por D. Afonso Henriques, que mandou reedificar o castelo medieval. Reconquistado de novo pelos Mouros estes teriam arrasado e abandonado a fortaleza, que ficou completamente despovoada, até que D. Afonso II mandou reedificar o castelo e lhe concedeu foral em 1212, com muitos privilégios para os moradores a fim de mais facilmente ser povoada.
Parece que, sendo de novo destruída pelos Mouros, D. Dinis a mandou repovoar e reedificar a fortaleza, construindo-lhe a torre de menagem, e dando novo foral à povoação em 1315.
Hoje está totalmente destruída e o monte coberto de mato e arvoredo, mal se pressentindo que ali tivera um forte castelo medieval.

Agradecimento ao preclaro militar José Manuel d'Oliveira Vieira, http://coisasdeabrantes.blogspot.com/, que me facultou o presente artigo, o meu eterno bem-haja.
Bibliografia: General João de Almeida, "ROTEIRO DOS MONUMENTOS MILITARES PORTUGUESES - volume II", Edição do Autor, 1946

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