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ATALAIA, Vila Nova da Barquinha, Portugal
Vivendo nesta terra há 30 anos vou perguntar à história e à tradição qual a origem desta localidade. Desejo saber quem neste atractivo sítio erigiu a primeira construção, quais as obras que foram nascendo, a sua idade e as mãos que as edificaram, quais os seus homens ilustres e os seus descendentes, quem construiu as estradas, os caminhos, as pontes e as fontes. Quão agradável será descobrir em cada pedra os nossos antepassados levantando com palavras o sonho do nosso futuro. Atalaia, 18-11-2007.

18.7.09

1951 – A EXTINÇÃO DOS CANDEEIROS A PETRÓLEO NA ATALAIA * 1884 - A PRIMEIRA CENTRAL HIDRO-ELÉCTRICA PORTUGUESA EM TOMAR


Existem muitas dúvidas quanto à data precisa da chegada da luz eléctrica a Portugal. Há quem a situe em 28 de Setembro de 1878 quando a Câmara de Paris cedeu à Corte meia dúzia de candeeiros de arco voltaico (sistema Jablochkov).
Certo é que, passados 3 anos, na exposição internacional de Paris de 1881, milhares de lâmpadas acenderam de uma só vez, no parque de exposições, e o público ficou deslumbrado com as "estrelas" ou "luminárias de Edison". A partir deste grandioso evento a iluminação eléctrica entra nos objectivos políticos das Nações e dos Estados europeus.
Em Portugal, no ano de 1884, na cidade de Tomar, verificou-se um incêndio na Fábrica de Tecidos. A mesma ficou em ruínas mas, em curto espaço de tempo, seria reedificada “ agora com a electricidade proveniente de uma pequena central estabelecida no Nabão, provavelmente a primeira central hidro-eléctrica portuguesa, se é que Emílio Biel não aproveitou, no seu início, a pequena queda de água que existia no local dos seus primeiros trabalhos” (1)
Na Atalaia só em 1951, segundo prova testemunhal, a luz eléctrica chega à nossa terra.
É neste ano que é criado o Repartidor Nacional de Cargas organismo já previsto na última parte da base X da Lei n.º 2002, de 26 de Dezembro de 1944, criado pelo Decreto n.º 38186, de 28 de Fevereiro de 1951. Veio este organismo responder à premente necessidade de assegurar a coordenação da exploração da então nascente rede eléctrica primária. Entraram, nesta data, em exploração as primeiras centrais dos sistemas Zêzere (Castelo do Bode) e do Cávado-Rabagão (Vila Nova), e, com elas, também a primeira instalação da rede de 150 kV, que asseguraram não só o início do abastecimento das principais redes de distribuição, a partir da energia dessas centrais, mas ainda a sua interligação.
Portanto, em 1951, na Atalaia, são sentenciados ao desaparecimento os belos lampiões a petróleo que eram alimentados por mão humana, através de escada, um a um, no final do dia, sendo o depósito de combustível na antiga prisão do concelho, actual sede da Junta de Freguesia. O último atalaiense encarregado da nobre tarefa de acender e apagar os lampiões era Francisco Valente, já falecido. À noite e ao amanhecer era o acendedor e apagador de lampiões da nossa terra.
Para memória futura ainda hoje é possível ver o último exemplar, na figura ao lado, na bela casa do Dr. Estáquio Picciochi.

(1) Sousa, Francisco de Almeida, Subsídios para a História da electrificação portuguesa.

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