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ATALAIA, Vila Nova da Barquinha, Portugal
Vivendo nesta terra há 30 anos vou perguntar à história e à tradição qual a origem desta localidade. Desejo saber quem neste atractivo sítio erigiu a primeira construção, quais as obras que foram nascendo, a sua idade e as mãos que as edificaram, quais os seus homens ilustres e os seus descendentes, quem construiu as estradas, os caminhos, as pontes e as fontes. Quão agradável será descobrir em cada pedra os nossos antepassados levantando com palavras o sonho do nosso futuro. Atalaia, 18-11-2007.

12.6.12

VILA NOVA DA BARQUINHA (1930-1940)



 A freguesia de Vila Nova da Barquinha, que tem a sua sede na vila de mesmo nome tem por orago Santo António. A freguesia, que é de 2.ª ordem, foi criada em 21 de Fevereiro de 1837, e a sua sede foi elevada à categoria de vila em 26 de Junho de 1839.
População - 1.173 habitantes, sendo 572 varões e 601 fêmeas, o número de famílias é de 312.
Correios, telégrafos e telefones - Tem estação telégrafo-postal de 3.ª classe, com horário de serviço limitado, (das 9 às 18 horas, com encerramento das 13 às 14 horas, nos dias úteis, e das 10 às 12 horas, aos domingos e dias de feriado). Desempenha ser­viços de valores declarados, encomendas postais, cobranças, vales, registos e Caixa Económica. A estação telefónica tem horário de serviço completo (das 8 às 21 horas). Há distribuição domiciliária.
Localização - A freguesia está situada na margem direita de Tejo.
Lugares e lugarejos - Barquinha (vila), Aldeinha e Lagarito.
O maior aglomerado de habitações existe quási que exclusivamente na sede da freguesia.
Feiras - De 9 a 16 de Junho realiza-se em Barquinha a feira anual de Santo An­tónio, em que se transaccionam coiros, madeiras, móveis, quinquilharias, artigos de vêrga, etc.
Mercados não se realizam na freguesia.
Festas tradicionais - Em meados de Julho, em dias variáveis, têm lugar na Bar­quinha as Festas da Misericórdia, organizadas pela Misericórdia do Concelho. Estas festas são constituídas por espectáculos tauromáquicos, desportivos e concertos musicais e bem assim por festa religiosa a Santo António. Verbenas de caridade com funcionamento de várias barracas: quermesse, chá, pim-pam-pum, etc. sessões de fados, espectáculos por bailarinas, Ceia do Ribatejo, etc. Estas festas efectuam-se simplesmente com o intuito de angariar fundos para a manutenção da Misericórdia, que delas tira a sua principal receita. São afamadas as touradas que, nesta altura, se realizam na Praça de Touros da Barquinha.
Romarias - Em Domingo de Ramos, na Barquinha, realiza-se a romaria à capela de Nossa Senhora de Santana, capela esta situada a 500 metros da vila, cuja fundação é antiga e atribuída a Roque Amador. Desconhece-se tudo acerca da personalidade do fundador.  Os devotos trazem pequenos ramos de alecrim que foi benzido e só neste dia é rezada missa na capela referida.
Vias de comunicação – É sede de estação de caminho de ferro. A estação de En­troncamento fica distanciada da Barquinha 3,5 quilómetros. Entre as duas estações não há carreiras de camionete.
Distância às povoações mais próximas - Ao Entroncamento, 3,5 kms, pela estrada nacional n.º 14, 1.ª.
A Tancos, igual distância e pela mesma estrada. Á Moita, 1 quiló­metro, por estrada em mau estado, antiga estrada nacional, por tanto a Câmara como Junta Autónoma não a reconhecerem como sua.
Na área da freguesia passa a estrada nacional n.º 14, 1.ª (Entroncamento, Barquinha, Tancos). Há três portos fluviais. Todos se encontram em péssimo estado e com más vias de acesso pelo abandono a que têm sido votados. Não passam na freguesia carreiras de camionete. Há automóveis de aluguer.
Produção - As suas principais produções de natureza agrícola são o azeite e os cereais. A pecuária é reduzida e a produção mineral inexistente. Não é centro industrial e não existe qualquer indústria caseira. Existem 5 lagares de azeite e destilação. A pro­dução que mais se tem desenvolvido é a do azeite. Não tem muitos terrenos incultos, a agricultura é feita por processos aperfeiçoados e a cultura que predomina é a da oliveira. Não tem baldios.
Comércio - Principal natureza do seu comércio: (por atacado) - azeites, vinhos, cereais e também mercearias. Para venda ao público: boas mercearias e bem assim lojas de fazendas. Como estabelecimentos comerciais predominam armazéns de azeite e estabelecimentos de mercearias e de fazendas.
Localidades com que mantém mais relações comerciais - Com as restantes localidades do concelho da Barquinha. Os armazéns de azeite transaccionam principalmente com Lisboa e Norte do Pais.
Tem farmácia.
Instrução - Em Vila Nova da Barquinha, escolas dos sexos masculino e feminino. Foi recentemente criado mais um lugar de professor, que funciona na sala de aula masculina. Nota-se a falta de mais duas salas, uma para o sexo masculino e outra para o feminino, assim como instalação condigna para a Cantina Escolar.
Associações e instituições - Há uma filarmónica na sede de freguesia, a Banda dos Bombeiros Voluntários. Há também a Misericórdia do Concelho de Vila Nova da Barquinha, que mantém o Hospital e Asilo de Velhos, a Associação dos Bombeiros Voluntários, humanitária pelo seu corpo de Salvação Pública, instrutiva pela Banda de Música, e recreativa pelas festas que realiza nos seus salões (esta associação dispõe de um pronto-socorro automóvel), o Sporting Club Barquinhense, associação desportiva e recreativa, possuindo salões de festas, o Grémio Barquinhense, sociedade recreativa, e a Cantina Escolar, instituição de beneficência e assistência.
Monumentos - Monumento aos Mortos da Grande Guerra, inaugurado em 11 de Abril de 1937. Este monumento é de homenagem do concelho aos seus mortos na guerra de 1914-1918. Na base do monumento repousam os restos de António Gonçalves Curado, 1.º soldado do C. E. P. falecido em combate e natural da freguesia da Barquinha. Trasladado do cemitério português de Richebourg, depois de ter sido sepultado no cemitério inglês de Laventie, para a sua terra natal por intermédio da extinta comissão dos Padrões da Grande Guerra, no dia 18 de Agôsto de 1929. Era soldado n.º 234, da 4.ª Companhia do Regimento de Infantaria n.º 28. Dificuldades várias, principalmente a falta de dinheiro, demoraram a construção do Monumento, cujo projecto foi gentilmente oferecido à Comissão construtora pelo Sr. Cap. de Engenharia Alfredo de Sousa Ghira.
Livros que se referem à freguesia - Extremadura Portuguesa de Alberto Pimentel, Ribatejo Histórico e Monumental, de F. Câncio, etc.
Aguas - A freguesia é abastecida de água esplêndida e abundante, distribuída por três chafarizes: dois na sede e um outro um pouco afastado. Não tem qualquer água com propriedades medicinais. A rede de esgotos está incompleta e serve apenas uma parte da sede da freguesia.
Luz eléctrica - Tem iluminação pública e particular, esta ao preço de 2$00 o Kilowate, fornecida pela Câmara Municipal e produzida pela Hidro-Eléctrica do Alto Alentejo.
Serras e montes - Não existem na freguesia. Há elevações conhecidas pelo Alto das Cruzes, Branquinho, etc.
Rios e Ribeiros - Rio Tejo.
Igrejas e capelas - Igreja Matriz na sede da freguesia, de construção relativamente recente e sem valor arqueológico, desprovida de azulejos ou quadros. Construída por subscrição dos paroquianos e possível auxílio do Estado, cerca de 1840. Capela de Roque Amador, construção do século XVII, desprovida de valor arquitetónico e fundada por Roque Amador.
Cruzeiros e alminhas, não existem.
Pontos de vista - Alto de Branquinho - Barca.
Homens notáveis naturais da freguesia – Dr. Carlos Barral Filipe, já falecido, médico ilustre em Lisboa e iniciador da construção do Hospital.
Folclore - Trajos e costumes ribatejanos.
Casas brazonadas, pelourinho, antigos conventos, estátuas, fontes artísticas, padrões e obeliscos, não há.
O brazão do concelho foi concedido pela Rainha D. Maria lI, em 1839.
Não existem na freguesia quaisquer elementos militares. Há Legião Portuguesa e não existe Mocidade Portuguesa.

Bibliografia: Boletim da Junta de Província do Ribatejo / dir. ed. Abel da Silva. - Santarém : J. R R., 1940.

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