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ATALAIA, Vila Nova da Barquinha, Portugal
Vivendo nesta terra há 30 anos vou perguntar à história e à tradição qual a origem desta localidade. Desejo saber quem neste atractivo sítio erigiu a primeira construção, quais as obras que foram nascendo, a sua idade e as mãos que as edificaram, quais os seus homens ilustres e os seus descendentes, quem construiu as estradas, os caminhos, as pontes e as fontes. Quão agradável será descobrir em cada pedra os nossos antepassados levantando com palavras o sonho do nosso futuro. Atalaia, 18-11-2007.

9.6.14

Dia 13 de Junho de 2014, pelas 15h, no Centro Cultural da Barquinha, lançamento do livro: "Barquinha - Crónicas históricas", de António Luís Roldão

        Nota de abertura
A cultura e a educação têm sido áreas que, entre outras, consideramos essenciais para o interesse dos munícipes. Com esta iniciativa pretende-se, uma vez mais, contribuir para a divulgação do território, da nossa história, da vivência dos espaços e do património legado pelos nossos antepassados, temas que carecem de ser valorizados e aprofundados.
Sabemos que o nosso futuro não está assegurado só pelo facto de ter uma história e uma identidade muito claras e precisas, mas sim pelo compromisso, pelo labor e pela aposta de cada pessoa e instituição. Todos devemos aditar algo ao legado que os nossos antepassados nos transmitiram, colocando o saber e empenho ao serviço do interesse colectivo, ajudando com confiança a construir um futuro melhor para a nossa comunidade.
Apesar da existência de algumas investigações sobre Vila Nova da Barquinha, resta ainda um longo caminho a calcorrear para descobrir a génese desta terra e da sua história, havendo aspectos apaixonantes para mistificar e desmistificar. 
A insipiência das circunstâncias concretas da sua origem, e não esclarecimento dos factos históricos subsequentes, devem-se a problemas relacionados com a ocupação do solo e ordenamento do território na terminologia de hoje, bem como à destruição de fontes pela revolução francesa e, certamente, à incúria dos homens. 
Os primórdios da nossa história passam, obrigatoriamente, pela história do rio Tejo e pela fundação da nacionalidade. 
É junto do Tejo que existem os primeiros povoamentos pois este é um dos rios mais utilizados pela ocupação humana em tempos remotos em toda a Península Ibérica, como prova a descoberta na ribeira da Atalaia de vestígios de instrumentos líticos que vão do Homem de Neandertal (300 mil anos), ao Homem Moderno (24 mil anos). 
Este rio sempre foi, além de fronteira natural, um corredor de comunicação entre as terras altas e as terras baixas, um símbolo de grandeza e de missão histórica de Portugal. Nas suas margens encontram-se o castelo de Ozêzere, o castelo da Cardiga e o castelo de Almourol, todos eles com papel essencial na reconquista cristã. Gualdim Pais, o grão-mestre dos templários, fez deste território o centro nevrálgico da expansão de Portugal.
O mesmo rio e território outrora defendido pelos gloriosos templários, as caravelas de Frei Gonçalo Velho - comendador de Almourol e da Quinta da Cardiga – que aqui foram construídas e navegaram por mares nunca dantes navegados, iniciando pelo mundo a maior epopeia portuguesa de que há memória. 
Um rio que fez dos homens artífices, pescadores e comerciantes. 
Um rio que influenciou todo o traçado da urbe que foi a matriz a partir da qual se estruturaram as outras ruas desta vila. 
Uma região que se afirmou na história de Portugal devido à sua importância estratégica pelo atravessamento de boas vias de comunicação, de que são exemplo as vias romanas e as estradas reais. 
A história da Barquinha é, também, a história do caminho-de-ferro que superou as estradas e a via fluvial, até então predominantes. 
A história da Barquinha é, ainda, a história de três concelhos outrora prósperos - Atalaia, Tancos e Paio de Pele - que se dissolveram, enfim, num só, em 6 de Novembro de 1836. 
A história da Barquinha é a criação de unidades militares por onde passaram milhares de cidadãos no cumprimento do dever militar. 
Muito falta por narrar e dar a conhecer desta terra banhada pelo rio Tejo, essa via civilizacional que, ora em correria, ora em mansidão, nos acompanha na longa jornada de séculos. 
Importa recordar os duros tempos de antanho para ir buscar força e alento ao exemplo dos nossos precedentes por tudo o que fizeram em prol de Portugal. 
Os desafios agora são outros! Dir-me-ão. É verdade! Todavia, sabendo como os nossos antecessores reagiram no passado estamos mais capazes de enfrentar as dificuldades e os escolhos da vida. 
Estamos cientes que muita da nossa história local ainda está por fazer, mas hoje ficamos mais ricos e este estado de alma devemos, decididamente, ao empenho, dedicação e investigação deste grande barquinhense, António Roldão.

Fernando Freire, Presidente da Câmara

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