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ATALAIA, Vila Nova da Barquinha, Portugal
Vivendo nesta terra há 30 anos vou perguntar à história e à tradição qual a origem desta localidade. Desejo saber quem neste atractivo sítio erigiu a primeira construção, quais as obras que foram nascendo, a sua idade e as mãos que as edificaram, quais os seus homens ilustres e os seus descendentes, quem construiu as estradas, os caminhos, as pontes e as fontes. Quão agradável será descobrir em cada pedra os nossos antepassados levantando com palavras o sonho do nosso futuro. Atalaia, 18-11-2007.

26.5.08

Azulejos da Igreja da Atalaia


Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Assunção, Atalaia
A igreja foi mandada edificar por D. Jorge de Meneses, filho de D. Pedro, Conde de Cantanhede, em 1528. O monumento foi engrandecido, durante os anos de 1630-1660, com azulejos de diversos tipos o que fazem deste templo um precioso tesouro de arte azulejar.
Nas paredes das naves laterais estão vastos tipos de tapetes e painéis como os da figura do lado.
“Todavia, o que sobretudo distingue a colecção azulejar da Igreja são os painéis, com figuração policroma, que se incorporaram nos tapetes ou que se colocaram na parte alta da nave central e no arco cruzeiro. Os painéis das naves laterais são de dimensão vária. Na parte alta vêem-se 9 painéis, de 10 x 9 cada incluindo a cercadura de cadeia. Estes pretendem ilustrar os primeiros versículos do Livro dos Génesis e ali vemos:
a) A criação do Homem.
b) Adão e Eva no Paraíso
c) Eva colhendo as maçãs.
d) Adão e Eva expulsos do Paraíso.
e) Caim matando Abel.
f) Construção da arca de Noé.
g) Dilúvio.
h) A arca no monte Ararat.
i) A Santíssima Trindade (este sobre o arco triunfal).
Esta série de painéis foi trocada do seu primitivo local e alterada a ordenação, a qual se apresentava menos respeitosa da cronologia bíblica. Foram estes trabalhos efectuados quando da reparação e reintegração da igreja feita em 1942. Por esta altura, e obedecendo a arbitraria fantasia dos responsáveis pela direcção dos trabalhos, foram colocados azulejos nas novas mesas dos altares colaterais. São azulejos antigos, aproveitados de alguma demolição e que, portanto, nada tem a ver com o primitivo recheio.”(1)
Segundo pesquisa efectuada pelo feitor do presente blog, os azulejos ali colocados são provenientes da antiga e desaparecida Igreja da Portela, Lisboa, cujo padrão era muito semelhante aos que decoravam a nossa Igreja.
Em consequência da intervenção de 1942 foram alteradas as localizações de diversos painéis.
“Ao nível da nave estão painéis figurados policromos com representações varias, cada qual mais saborosa na sua ingenuidade: Assunção, Baptismo no Jordão, Santa Catarina e São Domingos, alegoria Eucarística - esta muito notável -, Cena da Circuncisão e o Milagre da Mula”.
(1) J.M. dos Santos Simões, Azulejaria em Portugal no Século XVII, 2.ª edição, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1997.

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