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ATALAIA, Vila Nova da Barquinha, Portugal
Vivendo nesta terra há 30 anos vou perguntar à história e à tradição qual a origem desta localidade. Desejo saber quem neste atractivo sítio erigiu a primeira construção, quais as obras que foram nascendo, a sua idade e as mãos que as edificaram, quais os seus homens ilustres e os seus descendentes, quem construiu as estradas, os caminhos, as pontes e as fontes. Quão agradável será descobrir em cada pedra os nossos antepassados levantando com palavras o sonho do nosso futuro. Atalaia, 18-11-2007.

27.6.09

Rio Tejo, uma causa ...



“ O ambiente …
São os rios, são as árvores
São as aves a cantar
São os animais bravios
São os peixes a nadar
Tu mesmo és ambiente
Defende-o, pois, na verdade
Assim, defendes-te a ti

E salvas a humanidade.”

O que chamamos orgulhosamente de civilização nada é mais do que uma verdadeira agressão às coisas naturais. A grosso modo a tal civilização significa a devastação das florestas, a poluição dos rios, o envenenamento das terras e a deterioração da qualidade do ar.
O que chamamos de progresso não passa de uma degradação deliberada e sistemática que o homem vem promovendo há muito, uma autêntica batalha contra a natureza !
O homem tem vindo a exercer grande parte da sua influência no meio, através da tecnologia, procedendo constantemente a reestruturações e modificações profundas de que a realização dos transvazes do rio Tejo é o último exemplo.
Deaubois (1974) afirma que para haver um real empenhamento das populações, para salvar o ambiente, é imprescindível que exista uma informação clara dos problemas a resolver, assim como das soluções a aplicar.
A informação e a envolvência social face à modificação ambiental sobre o rio Tejo está a ser-nos prestada por blogue amigo, “Cá por causas”, http://caporcausas.blogspot.com/, que disserta sobre os problemas do nosso rio elevando a consciência ambiental com a máxima “Cidadão do Tejo, Cidadão do Mundo.” Já Edmon Maire (1979) referia que a maior urgência não está em determinar tão somente os índices de poluição, mas prioritariamente em mobilizar os cidadãos. É isso que o “Cá por causas” está a fazer, e bem !
Recorda-se que a protecção do meio ambiente, em Portugal, encontra-se consagrada na Constituição no seu art.º 9.º que estatui ser tarefa fundamental do Estado “defender a natureza e o ambiente e preservar os recursos naturais”, e no seu artigo 66º, determina que: “todos têm direito a um ambiente de vida humano e sadio e ecologicamente e o dever de o defender”, e, inclusive, no seu artigo 52º confere: “ … a todos, pessoalmente ou através de associações de defesa dos interesses em causa, o direito de acção popular nos casos e termos previstos na lei, nomeadamente o direito de promover a prevenção, a cessação ou a perseguição judicial das infracções contra a saúde pública, a degradação do ambiente e da qualidade de vida”.
O interesse na protecção, conservação e gestão do rio Tejo, com um caudal sustentável, encontra-se na necessidade de assegurar a conservação dos valores naturais, de garantir condições de reprodução para espécies muito susceptíveis bem como manter os habitats naturais da fauna e flora selvagens.
A informação é um factor primordial. Mas não basta!
A sensibilização e participação da sociedade civil, o seu envolvimento, quer através de actividades lúdicas quer de recreio e lazer, quer do direito de manifestação é essencial para a formação ecológica e para a melhoria da nossa qualidade de vida.
Nas nossas terras ribeirinhas, banhadas pelo rio Nabão, Zêzere e Tejo, onde se poderá apostar no turismo de natureza, devemos promover a educação ambiental, fazer uma divulgação e conhecimento dos valores naturais e sócio-culturais dos nossos rios, contribuindo, assim, para o seu reconhecimento e sensibilizar as populações para a imperiosa necessidade da sua protecção.
É, também, necessário chamar a esta luta o poder político. A solução para estas grandes questões, como os transvazes do Rio Tejo, só será exequível com unicidade e na concertação das vontades das populações e das autoridades (portuguesas e espanholas) tendo por único objectivo um pilar comum: a conservação e a gestão dos valores naturais e não os interesses nacionais.
Se nos frustrarmos na transmissão desta mensagem, de socorro aos nossos rios, seja aos alunos, aos pais e aos cidadãos de hoje, arriscamo-nos a comprometer o direito fundamental das nossas crianças, e dos cidadãos, a um meio ambiente saudável e promotor de vida.

Fotografias: Marina Honório e autor


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