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ATALAIA, Vila Nova da Barquinha, Portugal
Vivendo nesta terra há 30 anos vou perguntar à história e à tradição qual a origem desta localidade. Desejo saber quem neste atractivo sítio erigiu a primeira construção, quais as obras que foram nascendo, a sua idade e as mãos que as edificaram, quais os seus homens ilustres e os seus descendentes, quem construiu as estradas, os caminhos, as pontes e as fontes. Quão agradável será descobrir em cada pedra os nossos antepassados levantando com palavras o sonho do nosso futuro. Atalaia, 18-11-2007.

22.2.15

O atalaiense, Custódio Maldonado Freitas

Natural da freguesia de Atalaia, concelho de Vila Nova da Barquinha, nasceu nesta terra em 13 de Julho de 1886 e veio a falecer na cidade das Caldas da Rainha, com 78 anos, em 15 de Abril de 1964.
Licenciou-se em Farmácia no Porto, em 1886.
Estabelece-se na cidade das Caldas da Rainha por volta de 1905.
Quando é proclamada a República, em 1910, já Custódio Maldonado Freitas tem ali instalado a sua farmácia naquela cidade, à data em franco desenvolvimento.
Com fortes e convictas ideias republicanas, membro maçónico, da qual se manterá até à sua morte é um adepto indefectível da carbonária. Ainda no período da monarquia é preso durante setenta dias. Nada, porém, o desvia nem faz abafar as suas convicções republicanas, pelo que vem a ter acção destacada na proclamação da República.   
Em 1911 fez parte duma comissão para a aprovação da Lei da separação da Igreja do Estado
Em 1913, por Portaria é nomeado para Vice-Presidente do Conselho Administrativo das Caldas da Rainha assumindo a presidência a 30 de Setembro desse ano.
Na Rotunda de Caldas, em 1915, lidera um grupo de marinheiros, conseguindo a devolução da Câmara aos Republicanos.
Em 1915 era extinto o semanário “Viroscas” após os tumultos que se verificaram no dia 2 de Abril desse ano, nas Caldas: “Houve troca de tiros ao cimo da Praça da República, depois de uma procissão bastante concorrida nessa Sexta-feira de Paixão, entre sujeitos ligados ao Partido Democrático e ao Partido Republicano Evolucionista, resultando num morto afecto a este último partido”.
Por causa deste facto, foram enviados para a prisão do Limoeiro, em Lisboa, alguns nomes afectos ao Partido Democrático, como Custódio Maldonado Freitas e José dos Santos Germano (partindo os disparos mortais deste último), bem como outros correligionários como Amândio de Carvalho, António Alves Cunha, Branco Lisboa, Etelvino dos Santos, Joaquim José de Sousa, José Rodrigues, Salvador Sousa de Figueiredo e António Lopes de Oliveira. “Este último foi o fornecedor das bombas encontradas na redacção de O Defensor, jornal local afecto ao Partido Democrático” … “o povo, supondo que o líder dos distúrbios fosse o farmacêutico Custódio Maldonado Freitas, se dirigiu à sua farmácia, intimando-o a abandonar as Caldas”, mas Maldonado Freitas subiu ao telhado, “alimentando uma luta que se seguiu com bombas de dinamite e tiros”, disse. O grupo de cidadãos acabou por entrar na farmácia e na redacção de O Defensor, “provocando estragos”. Quanto ao farmacêutico, “foi descoberto no dia seguinte dentro de uma chaminé num prédio vizinho, pelas forças militares e da Guarda Republicana, que se deslocaram às Caldas”.
Em Janeiro de 1919 a Comissão Administrativa da Câmara Municipal passa a ser presidida por Custódio Maldonado Freitas.
Nesse ano em Agosto assume a Presidência da Comissão Administrativa do Hospital das Caldas.
Em 13 de Abril de 1921 torna-se sócio gerente da empresa de Limas União Féteira, Lda.
Foi presidente da Comissão Concelhia dos Bens da Igreja.
Criou e dirigiu os Jornais o “Direito do Povo” e o “Regionalista”.
Em 1930, possui-a uma Farmácia na vila de Óbidos.
O atentado ocorrido contra a linha férrea e telegráfica em Pataias, no dia 13 de Janeiro de 1931, envolveu personalidades do meio sociopolítico tendo sido referenciado pela polícia política Custódio Maldonado de Freitas, farmacêutico, das Caldas da Rainha.
Voltou ao cárcere entre 21 de Março de 1947 a 24 de Abril de 1948.
Do seu casamento com Margarida Pereira de Sousa Freitas nasceram 5 filhos, o primeiro António Maldonado Freitas, nascido em 1910, e já falecido, foi um destacado dirigente do Partido Socialista. O segundo com o mesmo nome do pai, também já falecido, foi membro do PCP e fundador do MDP-CDE, de que fui destacado militante.

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