Uma equipa de arqueólogos encontrou vários utensílios do homem de Neandertal na Ribeira da Atalaia, Vila Nova da Barquinha, segundo informação do Jornal Público, de 4 de Setembro de 2007, em artigo publicado pela jornalista Marta Reis.
Antes do aparecimento do homem considerado como tal, existiu uma subespécie anterior de Homo sapiens muito distinta, conhecida por «Homem de Neandertal” em virtude de os primeiros despojos que dele subsistem terem sido encontrados numa caverna do vale de Neander, perto de Dusseldorf, em 1857. Pelos padrões actuais, o «Homem de Neandertal», tinha um aspecto grosseiro, possuía arcadas supraciliares salientes, tinha a mandíbula superior projectada para diante e a inferior maciça e recuada e dentes enormes. Os ossos dos seus membros fazem crer que possuía uma constituição robusta.
Veicula o citado Jornal que “Não é a primeira vez que estas ferramentas feitas de seixos lascados e utilizados no Paleolítico inferior são descobertas em Portugal mas é a primeira vez que testes de luminescência, utilizados para a datação absoluta dos vestígios, comprovam um passado tão antigo: 300 mil anos.”
Mais refere o artigo: “ Além dos objectos com uma datação absoluta única em território nacional, encontraram uma fogueira do Paleolítico Superior, com seixos rolados queimados e alguns estalados pelo fogo e a zona circular delimitada por terra queimada.
Sara Cura, do Museu de Arte Pré-Histórica de Mação e coordenadora do projecto disse ao Jornal que: "Sabíamos que era uma zona muito rica porque a superfície já tínhamos recolhidos milhares de objectos. Mas não estávamos a espera de encontrar uma fogueira com 24 mil anos". Segundo esta arqueóloga, “ … o grau de acidez da terra não permite conservar matéria orgânica e, como tal, não é possível saber se a fogueira servia para aquecimento ou alimentação.”
Em declarações ao Jornal Mirante a mesma arqueóloga, veio afirmar que constitui caso raro o facto de, num local ao ar livre, se encontrarem vestígios que vão do homem de Neandertal (300 mil anos) ao homem Moderno (24 mil anos), numa continuidade de presença difícil de encontrar. Além da datação segura da presença humana na Ribeira da Atalaia, conseguida graças ao estudo dos depósitos do rio Tejo, que permitiu saber a idade das indústrias, e aos equipamentos sofisticados do Instituto Nuclear, os investigadores conseguiram identificar uma estrutura de combustão, uma fogueira, o que é extremamente raro. Por outro lado, Luís Raposo, director do Museu Nacional de Arqueologia disse ao Jornal Público que o grande interesse do local da Ribeira da Atalaia reside nos instrumentos líticos encontrados. "São do mais antigo que conhecemos no vale do Tejo e em Portugal. As maiores datações absolutas que se tinha conseguido obter apontam para os 150 mil anos …”. Contudo, na nossa ribeira as datações obtidas apontam para 300 mil anos o que é facto nunca visto.
Vide http://sergivs.blogs.sapo.pt/tag/v.n.barquinha
Todos estes achados são testemunhos de que o homem desde cedo escolheu estas terras que nós habitamos. Assim, a nossa história local passa a ter um novo ponto de partida para o estudo de questões relacionadas com a nossa freguesia.
Nesse sentido é de grande importância que se façam as escavações e prospecções necessárias à descoberta da história do homem que nos antecedeu e que, também, sensibilizemos toda a população para o importância do achado e da preservação dos vestígios agora divulgados.
Seja bem-vindo.
- Fernando Freire
- ATALAIA, Vila Nova da Barquinha, Portugal
- Vivendo nesta terra há 30 anos vou perguntar à história e à tradição qual a origem desta localidade. Desejo saber quem neste atractivo sítio erigiu a primeira construção, quais as obras que foram nascendo, a sua idade e as mãos que as edificaram, quais os seus homens ilustres e os seus descendentes, quem construiu as estradas, os caminhos, as pontes e as fontes. Quão agradável será descobrir em cada pedra os nossos antepassados levantando com palavras o sonho do nosso futuro. Atalaia, 18-11-2007.
2 comentários:
Ola Sr. Freire...so
vi hoje...está espectacular...vou ler com mt atenção...estou aprendendo...obrigado
xi-coração
Raquel
Muito bom a todos e de forma particular a todos os Munícipes da Atalaia, e de forma muito especial ao meu grande camarada, grande SENHOR e amigo Freire.
Mais uma vez a prova de que os militares estão presentes em grandes projectos, quer locais quer de outro âmbito. Para muitos até parece mentira, mas na verdade a cada pouco, dou com militares nos Corpos de Escuteiros, nas Associações/comissões de pais, pintores, escultores, magistrados de referência, etc, etc.
Em suma, parece-me que não fazemos mais que a nossa obrigação e dever de colaborar cada vez mais com a construção deste mundo tão sensível. Porque nos é mais próxima essa sensibilidade, rigor, igualdade, justiça, coragem e lealdade à Pátria e ao mundo, todos nos deveremos empenhar, como este Sr. se empenhou para mostrar mais uma vez ao mundo o seu trabalho.
Gostei imenso, admirei-o, vou regista-lo nos meus de endereço e sem dúvida alguma divulgá-lo-ei por todos os meus amigos, conhecidos do mundo inteiro.
É verdade que vou dizer que tem o cunho do meu grande amigo FREIRE.
Bem hajas e muitos parabéns a todos os "Atalaienses", o mais fácil agora esta do vosso lado, divulgar este trabalho e se possível enriquece-lo ainda mais.
Fico muito orgulhoso, ou melhor, ainda mais orgulhoso por ter sido publicado pelo Esmº Dr e meu Amigo Fernando Freire.
Até já,
voltarei sempre.
Álvaro Herculano Morais
consultas@lubidente.com.pt
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