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ATALAIA, Vila Nova da Barquinha, Portugal
Vivendo nesta terra há 30 anos vou perguntar à história e à tradição qual a origem desta localidade. Desejo saber quem neste atractivo sítio erigiu a primeira construção, quais as obras que foram nascendo, a sua idade e as mãos que as edificaram, quais os seus homens ilustres e os seus descendentes, quem construiu as estradas, os caminhos, as pontes e as fontes. Quão agradável será descobrir em cada pedra os nossos antepassados levantando com palavras o sonho do nosso futuro. Atalaia, 18-11-2007.

28.2.09

A obra "Os Patriarcas de Lisboa"

No dia 26 de Fevereiro de 2009, na Sacristia nobre do Mosteiro de S. Vicente de Fora, o P.e José Manuel Laranjeira, José Luís Assis, Júlio Barata, António José Bernardo, Henrique Fortunato e Fernando Freire, estiveram presentes no lançamento do livro “ Os Patriarcas de Lisboa”, iniciativa do Centro Cultural do Patriarcado de Lisboa e da Alêtheia Editores SA, dia em que se comemorava o 30º aniversário episcopal de D. José da Cruz Policarpo.
Numa Sacristia, de enorme beleza, apinhada de ilustres convidados, fez o discurso de apresentação da obra a Dr.ª Leonor Beleza. Incidiu a sua intervenção no binómio poder temporal versus poder espiritual ao longo de 3 séculos de história que compreende os anos de 1716 a 1998. Por último, Dom José Policarpo fez uma breve intervenção, na qualidade que já nos habitou, onde referiu que é importante reavivar a memória pois toda a história humana é um contraste de luzes e sombras pelo que, sem esquecer as sombras, é essencial preservar a luz.
Ficámos deveras encantados com o trabalho realizado, pela Dr.ª Celina Bastos e Dr. João Soalheiro, sobre o 2.º Patriarca de Lisboa D. José Manuel da Câmara (1754-1758), natural da Atalaia e aqui sepultado (fls 23 a 32 do livro).
Do livro retirei a seguinte descrição do seu funeral:
"As cerimónias fúnebres ti­veram por palco principal o palácio da família e a Igreja Matriz. No primeiro, com as salas decoradas a damasco carme­sim e franjas de ouro, celebrou-se ofício de corpo presente, no dia 11, com participação de todos os párocos de Tor­res Novas e seu termo. Os religiosos arrábidos de Santo Antoninho, da mes­ma Vila, cantaram as vésperas, coube o primeiro nocturno de matinas aos car­melitas, o segundo nocturno aos fran­ciscanos de Santa Rita da Ericeira e de Santo Onofre da Golegã, e o terceiro aos antoninhos de Nossa Senhora do Loreto de Tancos, tendo o clero canta­do as laudes e restante ofício. No fim, o caixão do extinto patriarca foi encer­rado num outro, enviado de Lisboa, e de seguida trasladado à Matriz.
Nesta, a 12, celebrou-se missa de pontifical, a que presidiu o principal Faro.
Os despojos do segundo patriarca de Lisboa foram encerrados num túmulo erguido na capela-mar da Igreja Matriz de Atalaia.
O túmulo poderá ter sido encomenda do irmão do patriarca, o 1.º marquês de Tancos, que lhe sobreviveu, ou, como querem alguns, de sua devotada sobrinha, D. Constança Manoel, que re­colheu a sucessão da Casa de Atalaia, por morte de seu pai, D. João Manoel de Noronha, em 1761. E talvez não seja demasiado venturoso, atendidas as afinidades, ver na sua traça o engenho do arquitecto Mateus Vicente de Oliveira ou do arqui­tecto Joaquim de Oliveira, a quem anda atribuído o desenho da Igreja das Mer­cês, em Lisboa, tão ligada que se achou à família dos Manoéis…"

Publicação pioneira no panorama da historiografia religiosa em Portugal, de enorme qualidade científica e fotográfica, assegurada pela colaboração de prestigiados investigadores (as) nacionais, esta obra divulgará, pelo País, uma das mais Ilustres figuras históricas da nossa Vila da ATALAIA, D. José Manoel, e também a nossa Igreja Matriz – Monumento Nacional, in fls. 31, merecendo, certamente, a terra de todos nós, novos interesses por parte dos investigadores. A obra contribui para que sejamos mais conhecidos. Queiram os Atalaienses rever e renascer as tradições históricas da hoje florescente Vila ... eis o meu desafio.


Retrato do Patriarca D. José Manoel, a óleo sobre tela, Mosteiro de S. Vicente de Fora - Museu

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