"Desenvolvimento da Barquinha deve passar para diferenciação e pela sua atractividade
Carlos Vicente, pintor e técnico de turismo do município da Barquinha, considera que o desenvolvimento do seu concelho tem que passar pela diferenciação e pela atractividade dos Serviços e produtos que pode vir a disponibilizar. Isso já acontece com o Barquinha Non Stop, mas deverá ser reforçado com o Mercado das Artes e a sua ligação ao longo do Tejo até ao castelo de Almourol. Junção da arte ao património e ao turismo é, portanto, o caminho a seguir.
O desenvolvimento de Vila Nova da Barquinha tem que passar cada vez mais pela sua diferenciação e pela sua atractividade. Enquanto destino turístico de qualidade e com a oferta de produtos artísticos de excepção. Assim pensa Carlos Vicente, técnico superior e curador das exposições organizadas por aquele município, além de pintor e orientador dum ateliê municipal que persiste há uns dez anos com assinalável sucesso, enquanto apresenta conceitos crescentes nos países artisticamente mais desenvolvidos de interligação e contacto das artes ao turismo, que fazem do turismo cultural um destino que se vai afirmando e tomando corrente pelo mundo fora para aqueles que não se limitam apenas ao sol e às praias.
"As artes e o turismo num projecto autárquico de turismo cultural" foi o tema que serviu de base à palestra integrada no ciclo sobre o património "Sábados às cinco com .. .", que decorreu no auditório do Centro Cultural da Barquinha no sábado 8, o mesmo tema que está na base da tese de mestrado que presentemente prepara em desenvolvimento de produtos de turismo cultural no Instituto Politécnico de Tomar (lPT).
Dando especial enfoque ao futuro Mercado das Artes, em implantação na zona ribeirinha e em torno e dentro do Barquinha Parque, com a sua exposição de escultura ao ar livre, onde ficarão patentes obras de grandes mestres portugueses, desde a década de sessenta do século passado até à actualidade, a nova galeria de exposições no antigo edifício dos paços do concelho, uma loja comercial, o ateliê de escultura e as residências para artistas, que passará a funcionar como porta de entrada no concelho, abrindo caminho para um corredor que irá até ao castelo de AImourol através do percurso pedonal e ciclável ribeirinho que está para ser executado proximamente, Carlos Vicente diz que não faz sentido e tem que se inverter o fluxo actual de visitantes, que regista uma média anual de 65 mil presenças no castelo e apenas um ou dois milhares a passarem efectivamente pelo centro da Barquinha. Tendo património, e arte, logo a Barquinha tem potencial turístico, que é sinónimo de sustentabilidade económica e desenvolvimento local, assente na restauração, conhecida pelo seu efectivo carácter dinâmico, e no alojamento, faltando aqui algumas peças imobiliárias para hospedagem e até talvez uma unidade hoteleira de razoável dimensão, para que os turistas não se vejam obrigados, como sucede actualmente, a deslocarem-se para outros concelhos da região em busca de pernoita. Natural de Tancos, Carlos Vicente considera o troço do Tejo entre a sua terra natal e o castelo de Almourol quase como um museu de natureza, um quadro vivo, envolvendo a fauna, a flora e a fortaleza assente numa ilha no rio, achando que o castelo esteve demasiado tempo esquecido e abandonado pelas entidades oficiais e regozijando-se por, finalmente, terem sido encontrados entendimentos e consensos com vista à sua musealização. Sendo necessário dar vida interactiva ao Barquinha Parque, a partir dos felizes exemplos do Barquinha Non Stop, festival de artes performativas e circenses de rua, porque isso representará mais valias para todo o concelho e até para a região envolvente, Carlos Vicente declara que "há que se fazer um resgate histórico para conhecer o património e as suas memórias ", pois que "o turismo é arte, interrogação, afirmação, motivo de discussão" e quando os artistas são vistos como guardadores de memórias e o turismo local apresenta um potencial inegável de desenvolvimento, posição que é partilhada por Luís Mota Figueira, director do Departamento de Gestão Turística e , Cultural do IPT e orientador da tese de mestrado de Carlos Vicente, que considera o seu mestrando uma pessoa honesta e empreendedora, empenhada com aplicação num projecto que dá indícios promissores para poder singrar."
Artigo de Lopes da Silva, Jornal Notícias do Entroncamento, n.º 1379, 14 de Janeiro de 2011
Sem comentários:
Enviar um comentário