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ATALAIA, Vila Nova da Barquinha, Portugal
Vivendo nesta terra há 30 anos vou perguntar à história e à tradição qual a origem desta localidade. Desejo saber quem neste atractivo sítio erigiu a primeira construção, quais as obras que foram nascendo, a sua idade e as mãos que as edificaram, quais os seus homens ilustres e os seus descendentes, quem construiu as estradas, os caminhos, as pontes e as fontes. Quão agradável será descobrir em cada pedra os nossos antepassados levantando com palavras o sonho do nosso futuro. Atalaia, 18-11-2007.

24.11.07

Novembro de 1807 - 1.ª Invasão Francesa

Foi em Abrantes que o general chefe francês compreendeu quais as ordens que tinham sido dadas ao povo português para se sublevar, de os combater por todos os meios possíveis e de fechar a passagem das montanhas.
Esta ordem implicava que o exército português se reunisse para ajudar os habitantes, que as milícias se juntassem até que um exército inglês chegasse em seu socorro.
Esta ordem, ao que se julga, não chegou às autoridades da Beira. Os que aí se constituíram foram pouco numerosos para fazer mal aos franceses e, sobretudo, para se oporem à sua passagem, de maneira que o seu papel se resumiu a assassinatos pontuais.
Um corpo de tropas portuguesas estava reunido em Tomar. Ignorava-se o conteúdo das ordens que eles tinham e as intenções dos seus chefes. O general Junot enviou a Tomar um parlamentar e um dos seus ajudantes de campo com uma carta na qual apresentava a missão que vinha cumprir. O general que comandava este corpo determinou aos portugueses, não apenas deixar Tomar, mas a renderem-se. Porém, este corpo português recuou no dia seguinte 25 de Novembro de 1807 para Lisboa, e no mesmo dia, o general Caraffa ocupou Tomar com todas as tropas do seu corpo do exército.
A estrada que os franceses tinham ainda para fazer (de Abrantes a Lisboa) não era nada comparável àquela que tinham terminado (de Alcântara a Castelo Branco e de C.Branco a Abrantes), agora apresentava-se boa mas era, essencialmente, muito má para a artilharia . Esta circunstância determinou que o general chefe tenha ordenado que todo o material do exército fosse embarcado em Abrantes e conduzido por Punhete, Barquinha, Cardiga até Santarém, para aí ser desembarcado caso fosse necessário, ou para continuar a descida do Tejo até Lisboa, enquanto que os cavalos de trem, conduzidos à mão seguiam esse movimento por terra.
Embarcaram sobre os barcos fáceis de manobrar, quatrocentos homens da infantaria, encarregados de flanquear sobre as duas margens o exército e a fim de assegurar a viagem ao longo do Tejo.
As inundações e o caudal do Tejo continuavam a aumentar. Entre a Golegã e a Azinhaga, não conseguiram os franceses andar mais do que com dois pés de água de altura durante mais de uma hora. Desta vila a Santarém a estrada que a vanguarda tinha seguido ainda durante algumas horas antes tinha-se tornado intransitável. A primeira divisão sentiu então a necessidade de se apoiar sobre a direita para chegar à ponte, junto a Pernes, onde acampou, depois de ter sido obrigada a marchar durante duas horas em bosques difíceis, de passar ravinas profundas e de superar obstáculos e seguir os desfiladeiros nos quais não puderam passar mais do que um a um.
Thiébault, Lieutenant-Général, « Séjour de l’armée à Abrantès ; marche de l’armée sur Lisbonne, et son entrée dans cette capitalle » in Relation de L’Expédition du Portugal faite en 1807 et 1808. (Texto adaptado).

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