A freguesia de Vila Nova da Barquinha, que tem a sua sede na vila de mesmo nome tem por orago Santo António. A freguesia, que é de 2.ª ordem, foi criada em 21 de Fevereiro de 1837, e a sua sede foi elevada à categoria de vila em 26 de Junho de 1839.
População - 1.173 habitantes, sendo 572
varões e 601 fêmeas, o número de famílias é de 312.
Correios, telégrafos e telefones - Tem estação telégrafo-postal
de 3.ª classe, com horário de serviço limitado, (das 9 às 18 horas, com
encerramento das 13 às 14 horas, nos dias úteis, e das 10 às 12 horas, aos
domingos e dias de feriado). Desempenha serviços de valores declarados,
encomendas postais, cobranças, vales, registos e Caixa Económica. A estação
telefónica tem horário de serviço completo (das 8 às 21 horas). Há distribuição
domiciliária.
Localização - A freguesia está situada na
margem direita de Tejo.
Lugares e lugarejos - Barquinha (vila), Aldeinha e
Lagarito.
O
maior aglomerado de habitações existe quási que exclusivamente na sede da
freguesia.
Feiras - De 9 a 16 de Junho realiza-se
em Barquinha a feira anual de Santo António, em que se transaccionam coiros,
madeiras, móveis, quinquilharias, artigos de vêrga, etc.
Mercados não se realizam na freguesia.
Festas tradicionais - Em meados de Julho, em dias
variáveis, têm lugar na Barquinha as Festas da Misericórdia, organizadas pela
Misericórdia do Concelho. Estas festas são constituídas por espectáculos
tauromáquicos, desportivos e concertos musicais e bem assim por festa religiosa
a Santo António. Verbenas de caridade com funcionamento de várias barracas:
quermesse, chá, pim-pam-pum, etc. sessões de fados, espectáculos por
bailarinas, Ceia do Ribatejo, etc. Estas festas efectuam-se simplesmente com o
intuito de angariar fundos para a manutenção da Misericórdia, que delas tira a
sua principal receita. São afamadas as touradas que, nesta altura, se realizam
na Praça de Touros da Barquinha.
Romarias - Em Domingo de Ramos, na
Barquinha, realiza-se a romaria à capela de Nossa Senhora de Santana, capela
esta situada a 500 metros da vila, cuja fundação é antiga e atribuída a Roque
Amador. Desconhece-se tudo acerca da personalidade do fundador. Os devotos trazem pequenos ramos de alecrim
que foi benzido e só neste dia é rezada missa na capela referida.
Vias de comunicação – É sede de estação de caminho
de ferro. A estação de Entroncamento fica distanciada da Barquinha 3,5
quilómetros. Entre as duas estações não há carreiras de camionete.
Distância
às povoações mais próximas - Ao Entroncamento, 3,5 kms, pela estrada nacional
n.º 14, 1.ª.
A
Tancos, igual distância e pela mesma estrada. Á Moita, 1 quilómetro, por
estrada em mau estado, antiga estrada nacional, por tanto a Câmara como Junta
Autónoma não a reconhecerem como sua.
Na
área da freguesia passa a estrada nacional n.º 14, 1.ª (Entroncamento,
Barquinha, Tancos). Há três portos fluviais. Todos se encontram em péssimo
estado e com más vias de acesso pelo abandono a que têm sido votados. Não
passam na freguesia carreiras de camionete. Há automóveis de aluguer.
Produção - As suas principais produções
de natureza agrícola são o azeite e os cereais. A pecuária é reduzida e a
produção mineral inexistente. Não é centro industrial e não existe qualquer
indústria caseira. Existem 5 lagares de azeite e destilação. A produção que
mais se tem desenvolvido é a do azeite. Não tem muitos terrenos incultos, a
agricultura é feita por processos aperfeiçoados e a cultura que predomina é a
da oliveira. Não tem baldios.
Comércio - Principal natureza do seu
comércio: (por atacado) - azeites, vinhos, cereais e também mercearias. Para
venda ao público: boas mercearias e bem assim lojas de fazendas. Como
estabelecimentos comerciais predominam armazéns de azeite e estabelecimentos de
mercearias e de fazendas.
Localidades
com que mantém mais relações comerciais - Com as restantes localidades do
concelho da Barquinha. Os armazéns de azeite transaccionam principalmente com
Lisboa e Norte do Pais.
Tem
farmácia.
Instrução - Em Vila Nova da Barquinha,
escolas dos sexos masculino e feminino. Foi recentemente criado mais um lugar
de professor, que funciona na sala de aula masculina. Nota-se a falta de mais
duas salas, uma para o sexo masculino e outra para o feminino, assim como
instalação condigna para a Cantina Escolar.
Associações e instituições - Há uma filarmónica na sede de
freguesia, a Banda dos Bombeiros Voluntários. Há também a Misericórdia do
Concelho de Vila Nova da Barquinha, que mantém o Hospital e Asilo de Velhos, a
Associação dos Bombeiros Voluntários, humanitária pelo seu corpo de Salvação
Pública, instrutiva pela Banda de Música, e recreativa pelas festas que realiza
nos seus salões (esta associação dispõe de um pronto-socorro automóvel), o Sporting
Club Barquinhense, associação desportiva e recreativa, possuindo salões de
festas, o Grémio Barquinhense, sociedade recreativa, e a Cantina Escolar,
instituição de beneficência e assistência.
Monumentos - Monumento aos Mortos da Grande
Guerra, inaugurado em 11 de Abril de 1937. Este monumento é de homenagem do
concelho aos seus mortos na guerra de 1914-1918. Na base do monumento repousam
os restos de António Gonçalves Curado, 1.º soldado do C. E. P. falecido em
combate e natural da freguesia da Barquinha. Trasladado do cemitério português
de Richebourg, depois de ter sido sepultado no cemitério inglês de Laventie,
para a sua terra natal por intermédio da extinta comissão dos Padrões da Grande
Guerra, no dia 18 de Agôsto de 1929. Era soldado n.º 234, da 4.ª Companhia do
Regimento de Infantaria n.º 28. Dificuldades várias, principalmente a falta de
dinheiro, demoraram a construção do Monumento, cujo projecto foi gentilmente
oferecido à Comissão construtora pelo Sr. Cap. de Engenharia Alfredo de Sousa
Ghira.
Livros que se referem à freguesia - Extremadura Portuguesa de
Alberto Pimentel, Ribatejo Histórico e Monumental, de F. Câncio, etc.
Aguas - A freguesia é abastecida de
água esplêndida e abundante, distribuída por três chafarizes: dois na sede e um
outro um pouco afastado. Não tem qualquer água com propriedades medicinais. A
rede de esgotos está incompleta e serve apenas uma parte da sede da freguesia.
Luz eléctrica - Tem iluminação pública e
particular, esta ao preço de 2$00 o Kilowate, fornecida pela Câmara Municipal e
produzida pela Hidro-Eléctrica do Alto Alentejo.
Serras e montes - Não existem na freguesia. Há
elevações conhecidas pelo Alto das Cruzes, Branquinho, etc.
Rios e Ribeiros - Rio Tejo.
Igrejas e capelas - Igreja Matriz na sede da
freguesia, de construção relativamente recente e sem valor arqueológico,
desprovida de azulejos ou quadros. Construída por subscrição dos paroquianos e possível
auxílio do Estado, cerca de 1840. Capela de Roque Amador, construção do século
XVII, desprovida de valor arquitetónico e fundada por Roque Amador.
Cruzeiros e alminhas, não existem.
Pontos de vista - Alto de Branquinho - Barca.
Homens
notáveis naturais da freguesia – Dr. Carlos Barral Filipe, já falecido, médico
ilustre em Lisboa e iniciador da construção do Hospital.
Folclore - Trajos e costumes ribatejanos.
Casas brazonadas, pelourinho,
antigos conventos, estátuas, fontes artísticas, padrões e obeliscos, não há.
O
brazão do concelho foi concedido pela Rainha D. Maria lI, em 1839.
Não
existem na freguesia quaisquer elementos militares. Há Legião Portuguesa e não
existe Mocidade Portuguesa.
Bibliografia: Boletim da Junta de Província do Ribatejo / dir. ed. Abel da Silva. - Santarém : J. R R., 1940.
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