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ATALAIA, Vila Nova da Barquinha, Portugal
Vivendo nesta terra há 30 anos vou perguntar à história e à tradição qual a origem desta localidade. Desejo saber quem neste atractivo sítio erigiu a primeira construção, quais as obras que foram nascendo, a sua idade e as mãos que as edificaram, quais os seus homens ilustres e os seus descendentes, quem construiu as estradas, os caminhos, as pontes e as fontes. Quão agradável será descobrir em cada pedra os nossos antepassados levantando com palavras o sonho do nosso futuro. Atalaia, 18-11-2007.

19.6.13

Publicado o livro sobre o Pe. Matias da Maia


Não se pode duvidar que os Religiosos da Companhia de Jesus, que nos séculos XVI e XVII XVIII estabeleceram relações de cultura profícua entre Portugal e a Ásia Extrema.
O Tejo que acaricia o solo de Vila Nova da Barquinha e de Atalaia é o mesmo rio que viu partir.

Matias da Maia Pe. Matias da Maia. Terra natal: Atalaia; Ano de apostolado:1656-1667; Lugar do falecimento: naufragou; Sítio da sepultura: No Mar da China ... Matias da Maia viveu na China sua contemporânea uma época extraordinariamente conturbada de mudança de pessoas ligadas ao poder e de dinastias. É insigne a RELAÇÃO DA CONVERSÃO do Jesuíta nato em Atalaia, plena de vigor e rigor literário, pela força histórica do relato circunstanciado, dos acontecimentos presenciados in loco. A narração de Matias da Maia segue o esquema retórico clássico do seu tempo, ou seja, «a narratio, como componente da dispositio (parte da técnica retórica que se ocupava da organização global do discurso e da sua economia interna)» empregue pelo jesuíta «[…] desempenha, então, uma função marcadamente activa, de preparação da argumentação: “A narração, portanto, não é uma história (no sentido fabuloso ou desinteressado do termo), mas uma prótase argumentativa» que nos remete para eventos reais. Claro que a apódose da retórica de Matias da Maia será o panegírico dos trabalhos e sacrifícios efectuados em nome da religião cristã e da sua propagação, contudo respeitando sempre os detentores do poder:
«A Rainha, & a mãy delRey, apertáram daí por diante com o Padre que baptizasse o Principe, mas elle respondeu, que o nam faria sem elRey vir nisso, e prometer de o mandar aprëder as cousas da ley de Deos, tanto que tivesse idade, mas passaramse dous meses sem se tratar deste negocio. Adoeceo neste tempo o Principe mortalmente; vieram logo pedir ao Padre o encomendasse a Deos nas Missas, & perguntar, que julgava naquelle caso, respondeo o Padre: que Deos estava agastado contra elRey, pois tendolhe dilatado as esperanças do reyno naquelhe filho, com tudo se detinha em o mandar baptizar. Ouvindo elRey este recado no mesmo ponto mandou chamar ao Padre, & lhe disse, que baptizasse o Principe; o q o Padre loguo fez diante do mesmo Rey, & de todo o povo, pondolhe com as cerimonias costumadas
o nome de Constantino; & porque o nome de Constantino cõ dificuldade o pronunciam os Chinas, chamoulhe o Padre, Tamtim, que na lingua Sinica quer d zer: este he o que convem determinar; appellido, que elRey festejou muito, & nem elle, nem os do paço o nomeam por outro nome, senam pelo de Tamtim, que pode ser presagio de elle haver de ser o que determine levar por diante os bons principios de nossa santa Fè.»

Depósito legal 360510/13
ISBN 978-972-95634-7-8
Edição: Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha

1 comentário:

Anónimo disse...

Curioso. A minha avó era Maia, de uma família Maia residente em Atalaia. Tenho 69 anos, sou da Atalaia onde sempre vivi, alternadamente com outra morada. Também eu andei pelos mares da China, por duas vezes, mas felizmente não naufraguei. Sabia do livro mas não do blog. Gostei
António Basso
Nota:
-Vou tentar encontrar algo que eventualmente possa ser interessante para o seu blog.
antoniobasso@iol.pt